sábado, 13 de fevereiro de 2016


O Principezinho e o Carneiro

A Possibilidade do Conhecimento


      1.   A Obra

O Principezinho (Saint-Exupéry, 2015) é uma obra infantil que tem apaixonado crianças e adultos a qual reflete um pensamento profundo sobre questões estruturantes para a Sociedade e para o Pensamento Contemporâneo.
O autor da obra Saint-Exupéry, procurou através das linhas que escreveu de forma poética e simbólica, desafiar os leitores a procurarem dentro de si a experiência da reflexidade, como algo que se revelará através de um processo contínuo de crítica ativa e de autoconfrontação.

Ao leitor, caberá por meio da sua intersubjetividade, capacidade reflexiva (Beck, Giddens & Lash, 2000), sensibilidade estética e hermenêutica indagar sobre os conceitos implícitos ao longo da obra.

À luz da interpretação grega do conceito de tempo, esta história deve ser analisada tendo em consideração o conceito de chronos, o tempo cronológico ou sequencial inerente ao movimento linear das coisas terrenas, uma vez que em 1943 a Europa vivia sob o terror infligido pelo Nazismo. Contudo este tempo, chronos, marcou de forma indelével os conceitos históricos subjacentes à dignidade e liberdade humana, os quais definiram o tempo, kairos, e dessa forma o momento particularmente relevante para a Humanidade.

O Principezinho (Saint-Exupéry, 2015) retrata uma crítica acutilante, mas simultaneamente reflexiva do narrador acerca da superficialidade e do materialismo humano. Critica esta, que deriva precisamente da análise do tempo, kairos, e suas implicações no entendimento dos valores essenciais para a vida humana.

A história deixa-se absorver por duas personagens, o Aviador e o Principezinho. Estes são na realidade o desdobramento da personalidade do autor do livro, o qual procura distinguir o pensamento do adulto do pensamento da criança.
Enquanto o adulto por imposição estereotipada da sociedade coloca-se ao nível dos seus contemporâneos, a criança vai ao longo da história definhando, lentamente, incompreendida, desvalorizada pelos adultos e pela solidão que os assola.

Se todas as histórias infantis se revestem de conteúdo fantasioso, alegórico, simbólico e de uma moral retórica, a obra de O Principezinho (Saint-Exupéry, 2015) não é exceção à regra, pelo contrário. É um verdadeiro tratado filosófico de indagações, reflexões e revelações que são fulcrais para o entendimento do Ser.

O Principezinho (Saint-Exupéry, 2015) é uma viagem de procura e descoberta do que é verdadeiramente essencial ao ser humano e ao sentido verdadeiro da vida.

2.   Filosofia Ansiosa e Poética – os símbolos intemporais

Principezinho, Rosa, Serpente e a Raposa

A viagem do Principezinho não é mais do que um vai e vem de reflexões ansiosas, revestidas de poesia, de angústia, dúvidas e hesitações, através de personagens imbuídas de elevado simbolismo como o Principezinho, a Rosa, a Serpente, a Raposa e o Carneiro. Nesta viagem por diversos planetas, por diversas formas de vivenciar a realidade, confluem diferentes valores estruturais para o ser e para a sociedade.

Este vai e vem poderá significar o desafio freudiano entre o Ego e o Superego (Freud, 2011), sobre a tristeza, a solidão, a esperança, o amor, a ambição, a manipulação, a morte, o imaginário e a imaginação.
Na verdade podemos entender esta história não só como um tratado de filosofia, mas também como uma busca incessante do âmago do ser humano. Assim se compreende que a história é povoada de elementos essenciais ao entendimento daquilo que constitui e deve constituir a alma, bem como dos múltiplos cenários retratados da relação entre o consciente e o inconsciente.

O diálogo de Saint-Exupéry adulto (o Aviador) com o Saint-Exupéry criança (o Principezinho) procura levar à consciência do adulto indagações incómodas.

O Principezinho encarna os sonhos, as angústias e as interrogações do Aviador, assumindo-se como o motor da consciência que o incita a buscar respostas para os enigmas que o atormentam e perseguem.
Neste sentido pode-se destacar o significado latente dos “embondoeiros” – ervas daninhas (Saint-Exupéry, 2015, p.25-26), aqueles que não deixam espaço à individualidade, os que impelem a criatividade, que condicionam as escolhas de cada um, que moldam a personalidade e que se deixam amedrontar pela pressão social.

 Para o Principezinho, a angústia é latente, a solidão é um estado permanente e a depressão instala-se de cada vez que o próprio procura pensar à sua semelhança e não à semelhança do mundo dos adultos.

No fundo a história demonstra-nos a clivagem entre a forma de pensar da criança e do adulto. Esta última é inegavelmente talhada e dominada pelo peso dos estereótipos sociais. Por isso o Principezinho necessita da doçura do sol, numa tentativa de contrariar os pensamentos depressivos que o vão assaltando ao longo da história (Saint-Exupéry, 2015, p.30).

Os planetas, os habitantes desses planetas e o próprio Principezinho, ele personagem em si mesmo, inexistente sem o outro, evidencia-se ao leitor como um profundo “tratado” de filosofia, para que porventura cada um de nós não per si, não independentemente do outro, possamos imaginariamente habitar um desses planeta. Ou talvez não imaginariamente, mas porque a cada viagem atracamos numa emoção que nos poderá trazer à luz para a verdade da vivência na relação com o outro.

O Principezinho encarna os seus próprios sonhos, interpretações e perceções, que se submetem à sua consciência para encontrar respostas aos enigmas e aos seus desejos e as personagens da história existem por um motivo muito relevante: o de interrogar e fazer refletir através da capacidade simbólica e da imaginação acerca dos valores subjacente à sociedade e ao ser humano.

O Principezinho dúvida e interroga-se nas diversas viagens aos mais variados planetas, procurando um entendimento sobre os valores do Homem.
Contudo, a dúvida trás consigo a incerteza, a insegurança e estas são a fragilidade do Principezinho, ou melhor a fragilidade do Homem. Mas para conhecer, o Principezinho deve duvidar, pois tal como Descartes referiu duvidar é pensar, e esta é a sua primeira irrefutável certeza – “se duvido, penso, e se penso, existo. Eu penso, logo existo”. (Descartes, p. 100, 102).

Ao longo dessas inúmeras viagens, o Principezinho faz um périplo por diversos planetas, os quais se revestem de diferentes personagem que o impelem a descobrir diversos valores, pensamentos e em última análise para a construção de diversos tipos de sociedade.

Essas personagens caraterizam simbolicamente os aspetos mais fúteis e contraditórios da sociedade desde logo: a autoridade, o ordenar e fazer-se obedecer; a vaidade e o egocentrismo daqueles que vivem do regozijo; a embriaguez como fuga (fuite en avant) dos problemas; a avareza de quem só vive para amealhar dinheiro e dessa forma se encontra completamente absorto de tudo o resto; os que se apropriam do mérito dos outros; e os que por falta de autonomia obedecem às mais estapafúrdias ordens.

Na viagem ao Planeta Terra, a história destaca as personagens da Rosa, da Serpente e da Raposa, as quais nos remetem para a verdade, ou as verdades da Terra.

O Principezinho simboliza a esperança, o amor e a inocência da infância que reside no inconsciente dos Homens e a capacidade de trilhar o próprio caminho, sem esquecer e simultaneamente reconhecendo que “o essencial é invisível aos olhos” (Saint-Exupéry, 2015, p.86). Através desta personagem pode-se simbolicamente entender que a inocência não é mais do que o conhecimento dos valores, da verdade e da revelação mais além. Assim aquilo que é invisível aos olhos e que portanto não se evidência, parece adquirir uma elevada importância para o pensamento.

A Rosa surge na história como o primeiro amor do Principezinho. Um amor total, absoluto e ingénuo. Ela simboliza a perfeição, o amor, a alma, a pureza, a beleza e o desabrochar do botão simboliza o segredo e o mistério da vida. Gandhi referiu num dos seus inúmeros pensamentos que a vida de cada qual fala como uma rosa e que esta atrai até aqueles que não a vêm.
A Rosa é o sentimento, o amor, que liberta e em torna da qual toda a história se encena para o Principezinho, a sua viagem, a sua tristeza, a busca noutros planetas e o seu regresso. A Rosa é a base do pensamento do Principezinho, pela sua individualidade, fragilidade e unicidade – “essa germinara de um dia para o outro, de uma semente vinda sabe-se lá de onde” (Saint-Exupéry, 2015, p.36). Talvez veio da imaginação do Principezinho, para ser amado e para que assim se conheça a si mesmo.
A relação entre a Rosa e o Principezinho leva-nos a entender que é nos atos que encontramos a essência do outro e não na superficialidade das palavras – “Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras” (Saint-Exupéry, 2015, p.39).
Mas ainda assim o verdadeiro significado implícito desta relação, reside na inevitável importância de o Principezinho se conhecer a si próprio primeiro, para que depois possa estar disponível para conhecer o outro – “se fores capaz de te julgar, é sinal de que és um verdadeiro sábio” (Saint-Exupéry, 2015, p.25-26p.48).

 A Serpente surge na história como a personagem relacionada com a ciclicidade e com o eterno, representando simbolicamente a morte, o único mistério que o homem não pode conhecer até que chegue o momento, a verdade – “posso levar-te mais longe do que um navio” (Saint-Exupéry, 2015, p.72). Contudo para o Principezinho a morte é encarada como algo que será inevitável, não como um fim, mas como um meio para o regresso a si mesmo.

 A Raposa habitualmente personagem ardilosa nos contos infantis surge nesta história como uma peça e eixo essencial para a evolução do pensamento do Principezinho. Para esta nós somos resposáveis por aqueles que amamos, sobretudo por aqueles com quem criamos laços e que por essa via cativamos. O processo de conhecimento do outro é complexo e para a Raposa cativar o outro é uma tarefa imprescindível, ainda que morosa, pois só assim poderemos aceder à verdadeira essência do ser.
Para o Principezinho existiam muitas Rosas, mas a dele era especial e única e foi o tempo que lhe dedicou, o tempo que lhe depositou o seu coração que a tornou tão importante para ele – “Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa importante” (Saint-Exupéry, 2015, p.86).
A Raposa sintetiza nesta história a matriz dos valores humanos. Esta personagem ensina ao Principezinho e a nós, que “o essencial é invisível aos olhos” (Saint-Exupéry, 2015, p.86) e que a morte não é motivo para tristeza, porque o ser humano é uma metamorfose do essencial.

3.   O Desfecho Indeclinável – O Carneiro (res cogitans)

A viagem do Principezinho além de pessoal, além de revestida de inúmeras emoções é acima de tudo imaginária. Porque no imaginário cabe tudo aquilo que lá queiramos colocar ou interpretar.

É a função simbólica e imaginária que faz do Principezinho um ser impar, inigualável e subjetivo. E é na sua subjetividade sobre o que é viver de verdade, sobre o que é vivenciar o mundo enquanto criança e adulto, que o segredo da vida se revela.
Indagar sobre o segredo da vida é complexo e o Principezinho demonstra-nos que “o essencial é invisível aos olhos” (Saint-Exupéry, 2015, p.86) de tal forma que aquilo que imaginamos faz parte integrante de nós próprios.

Ao imaginar um carneiro dentro da caixa (Saint-Exupéry, 2015, p.15), um carneiro feito a seu gosto, o Principezinho retrata-nos o pensamento filosófico de Descartes. Se o Principezinho existe, aquilo que ele imagina também existe, no sentido em que “eu sou, eu existo” (Descartes, 1976, p.100) e que isto é necessariamente verdade “todas as vezes que o enuncio ou que o concebo em meu pensamento” (Descartes, 1976, p.100). Aos olhos desprovidos de imaginação seria somente uma caixa, mas para o Principezinho tratava-se de um carneiro fruto do pensamento imaginário e portanto conhecimento e realidade.

 A História de O Principezinho, trás em si, a história do Principezinho, que dúvida, que concebe, que afirma e ao mesmo tempo nega, que quer e não quer…e que sente e imagina. Pois o poder de imaginar, ainda que não factual, reside dentro do Principezinho e indubitavelmente faz parte do seu pensamento.
Analisando a obra de O Principezinho (Saint-Exupéry, 2015) à luz do pensamento Cartesiano pode-se considerar que a característica essencial do ser humano reside na dúvida relativamente à sua existência, sobretudo no que diz respeito ao espírito, mas também à importância dos sentidos (Descartes, 1976).
A obra de O Principezinho não é mais do que uma confluência de símbolos inerentes ao pensamento humano, os quais demonstram a importância inegável da imaginação. Embora Descartes assuma que a estrutura filosófica parte da sua existência, logo da razão, o próprio considerou que é algo que pensa, que duvida, concebe, afirma, nega, quer e sente (Descartes, 1976, p.103). Com isso o filósofo abre a sua teoria para a questão dos sentidos, considerando que mesmo que as ideias que se lhe apresentem sejam ilusões, elas existem pois não pode deixar de pensá-las. Assim os sentidos e imagens formam o seu pensamento, tal como para o Principezinho a imaginação surge como forma de indagar e conhecer a realidade.

A imaginação, aquela que o Principezinho coloca ao serviço das indagações para chegar ao pensamento filosófico, embora não tenha existência no real não pode deixar de ser entendida como fazendo parte do Eu, da alma e do pensamento.

Para Descartes, o Homem é um ente pensante, que além de pensar, duvida, sente e imagina (Descartes, 1976, p.103). Para o Principezinho a imaginação é o caminho para se conhecer a si mesmo e ao outro e certamente consideraria que embora “as coisas que imagino não sejam verdadeiras, este poder de imaginar não deixa, no entanto, de existir realmente em mim e faz parte do meu pensamento (Descartes, 1976, p.103).


4.   Resenha Pessoal – Dos princípios do Conhecimento Humano

A obra de O Principezinho, deve ser (re)lida como uma tarefa de felicidade, como um caminho para a reflexão e revelação sobre os valores implícitos na vivência humana, os quais se devem cimentar em princípios.
Mas que princípios? Como deveremos “despir-nos” de (pre) conceitos, da superficialidade humana e deixar-nos contagiar por aquilo que é essencial, ou que é a essência de si mesmo e que na relação com o outro se apresenta como o âmago da Coisa Pensante, Res Cogitans (Descartes, 1976)?
Uma incursão pelos Princípios da Filosofia à luz de Descartes (Descartes, 1989) poderá servir como ponto de referência para a ligação que procurei estabelecer entre a obra de O Principezinho e a Constatação do Cogito de Descartes, tendo por base que uma coisa que pensa existe ao menos enquanto pensa.

Para Descartes a dúvida foi o método pelo qual o próprio pensou chegar à certeza indubitável sobre si e sobre a existência. Assim a dúvida aparece na teoria Cartesiana como um meio positivo, para encontrar a lógica da existência.
De entre os mais diversos Princípios por si analisados, Descartes considerou que o fundamento do pensamento filosófico se encontra na dúvida e que “não podemos duvidar sem existir, e que isso é o primeiro conhecimento certo que se pode adquirir” (Descartes, 1989, p.55).
A ideia de que não há nada no mundo de certo e de que o pensamento se coloca ao serviço do conhecimento afigura-se como um dos princípios fundamentais para Descartes e para muitos filósofos que seguiram o seu pensamento.
A dúvida do Principezinho relativamente à Rosa, que ele não foi capaz de entender nas suas contradições, possibilitou ao próprio Principezinho a sua existência.

A obra abordada neste trabalho refere-se a uma história composta por símbolos, os quais pretendem despertar no leitor a reflexão sobre os seus significados.
Os símbolos criados pelo Principezinho ao longo da história, para que ele próprio possa indagar e descobrir a verdade das coisas, leva-nos a todos a viajar por planetas e personagens inexistes, mas carregadas de conteúdo simbólico.
Não é ao acaso que a personagem principal é uma criança. Na verdade a criança é o ser por excelência que utiliza como ferramenta para o pensamento e conhecimento o simbólico, a perceção e a imaginação. O pensamento da criança serve-se destas ferramentas para representar o real, para aceder à sua essência e à essência do outro - “imaginar, mas também sentir, são aqui a mesma coisa que pensar” (Descartes, 1989, p. 58).

Os símbolos da história tais como a Rosa, a Raposa e a Serpente, não são mais do que personagens imaginárias que embora não pertencentes ao mundo real, possibilitam aceder ao conhecimento, porque o Principezinho pensa nelas e procura por meio delas chegar à essência do conhecimento de si e do outro. A imaginação supera o conhecimento pois não possui limites, desafia e impulsiona o ser a novas descobertas, a novas representações e a um novo conhecimento.
Ainda que Descartes na sua obra (Descartes, 1976) não assinale de forma vigorosa a importância do inconsciente, ao falar de imaginação e de perceção, fala da importância destes dois conceitos para o pensamento – “e tenho também certamente o poder de imaginar (…) pois, ainda que as coisas que imagino não sejam verdadeiras (…) faz parte do meu pensamento” (Descartes, 1976, p.103).

Esta é uma história repleta de símbolos, de imaginação ao serviço do conhecimento da essência de si mesmo e do conhecimento da essência do outro, como forma de encontrar a verdade da relação humana. Indubitavelmente todos fazemos parte desta história e por isso mesmo ela é intemporal e cativa todos aqueles que a leem.
Seremos muitos os principezinhos, inocentes, corajosos e curiosos, porque almejamos ver para além.
Alguns de nós seremos a Rosa, sedutora e generosa, porque quem ama verdadeiramente liberta.
Por vezes cruzamo-nos com a Serpente, sábia e poderosa que nos leva a conhecer a verdade.
E a Raposa? Quantos não gostariam de ter uma raposa, amiga e responsável sentada ao lado sob a paisagem de um lindo horizonte, fazendo-nos refletir e pensar sobre os valores essenciais da vida. Só ela nos pode enunciar que “só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos” (Saint-Exupéry, 2015, p.86) e que a imaginação molda o nosso pensamento e as representações que fazemos do real.

 Bibliografia
Beck, U., Giddens, A., & Lash, S. (2000). Modernização reflexiva. Política, tradição e estética na ordem social moderna [PDF]. Retrieved from http://cadeiras.iscte.pt/SDir/Beck_ModRefl_.pdf
Descartes, R. (1976). Meditações sobre a filosofia primeira (G. Fraga, Trad.). Coimbra: Almedina (Obra original publicada em 1904).
Descartes, R. (1989). Princípios da Filosofia, 4ª Ed. Lisboa, Guimarães Editores, Lda.
Freud, S. (2011). O Eu e o Id, Autobiografia e outros textos [PDF]. Retrieved from https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2013/10/freud-obras-completas-vol-16-1923-1925.pdf
Saint-Exupéry, A. (2015). O Principezinho. Porto: Porto Editora.







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